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sábado, 12 de fevereiro de 2022

VIA LÁCTEA



No início não havia nada, mas, se nada havia como foi possível o tudo que daí se gerou? O nada é vazio ou é cheio? Se é vazio, como tem em si a capacidade, a energia e os recursos de gerar o que quer que seja? E se é cheio, como pode gerar o que quer que seja sem antes criar o caos e a destruição? Quer o princípio esteja no ovo quer esteja na galinha, sempre teve que haver antes ou uma galinha ou um ovo, numa sucessão infinita que nos conduz, talvez, a uma qualquer mutação endogâmica ocorrida há uns milhões de milhares de anos, em que todos éramos caracóis, seres rastejantes, pré-jurássicos, viscosos e repelentes q.b. (ou seja, muito...).

Vermos um caracol quando nos olhamos ao espelho é um exercício de humildade que todos deveríamos fazer para nos pormos no nosso lugar. Não somos nem infalíveis nem omnipotentes nem omniscientes, somo só uns arrogantes micro-nano-pequeninos grãos de areia a flutuar na Via Láctea [que é só um dos muitos sistemas solares]. Nano-micro-pequeninos grãos cheios de ar e ventania que são tão nada que nem sequer querem aspirar a ter a capacidade de criar - qualquer coisa, não tem que ser o todo.

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