Em 2015 passou na
RTP2 uma série dinamarquesa fabulosa – Borgen – que retrata a ascensão da líder
de um pequeno partido a primeira ministra; o marido foi incapaz de aguentar a
pressão mediática, as cedências e os sacrifícios inerentes à função da mulher,
terminando o casamento em divórcio; enquanto isso, a mulher do ex-primeiro
ministro dinamarquês era profundamente infeliz e compensava a frustração estourando o plafond dos
cartões de crédito do marido, só que não se divorciou… Pois é, das mulheres
deles, tudo se espera, já os maridos delas são seres frágeis e sensíveis que
sentem imenso a falta do tempero dos cozinhados das caras metade, coitados…
Faz-me lembrar
uma anedota (muito, mas muito mesmo...) machista que relata o encontro de duas amigas
(portuguesas) que não se vêem há muito e começam a por em dia a vida dos
respectivos rebentos – um rebento feminino duma e um masculino da outra. A mãe
da menina não parava de falar na sorte que a dita tinha tido com o casamento,
pois não era que o marido – americano – lhe levava o pequeno-almoço à cama, e
fazia churrascos e ia às compras e lavava a loiça.
“Sorte, muito sorte” não se cansava de repetir.
“E O teu filho?”, perguntou à outra, que
lhe devolveu um acintoso “O meu filho não
teve sorte nenhuma, casou com uma americana…”
Pois é, dois pesos, duas
medidas…
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