De passagem pelo Campus da Justiça, apanhei a hora de saída para almoço dos tribunais e demais repartições.
"Dar uma volta" à hora de almoço é algo que não faço há mais de dez anos, desde que me mudei da Avenida da Liberdade para uma zona que qualifico de desterro, ainda que, tecnicamente, se localize em Lisboa.
Há prós e contras.
Os prós são ter deixado de ter lojas de (minha) eleição a 5 ou 10 minutos de distância - a poupança foi assinalável.
Os contras são quase tudo - estar longe do que interessa, deixar de poder fazer pausas retemperadoras, aquecer naqueles dias de Verão em que o ar condicionado mais parece uma câmara frigorífica, levantar-me, sair da cadeira e da secretária, enfim, mexer-me, e sim, ver montras e ficar a par das novas tendências, comprar pechinchas nos saldos...
Voltando aos ares e gentes do Parque das Nações, as diferenças relativamente à Avenida da Liberdade de há dez anos são gritantes: há dez anos as mulheres (quase todas consultoras ou advogadas) vestiam fato de calça e casaco, preto, cinza ou azul escuro; hoje, os passeios do Campus da Justiça pareciam cenários de O Sexo e a Cidade, cheios de mulheres exuberantes, de cabelos compridos, roupas coloridas e atrevidas.Os contras são quase tudo - estar longe do que interessa, deixar de poder fazer pausas retemperadoras, aquecer naqueles dias de Verão em que o ar condicionado mais parece uma câmara frigorífica, levantar-me, sair da cadeira e da secretária, enfim, mexer-me, e sim, ver montras e ficar a par das novas tendências, comprar pechinchas nos saldos...
A determinada altura seguiam à minha frente uma morena de cabelo preto, outra loira e uma terceira ruiva, todas empoleiradas em saltos estratosféricos; uma vestia um vestido que eu não queria nem sequer para camisa de dormir, outra não me lembro, a terceira - a ruiva, de flor vermelha no cabelo - enroupava um corpo voluptuoso em forma de ânfora numa saia de godés curta, cinto com 10 ou 15 cm a marcar ainda mais a cintura, e uma blusa florida.
Atentei no que diziam. Cusquices do local de trabalho. Saída eloquente da ruiva: "ela andava a pôr-se a jeito", sim "porque ele anda a querer fazer a folha a ela".
Ok., lindas, mensagem recebida.
Sexo podeis ter à fartazana mas aprender a falar é que nem por decreto, talvez porque em vez da cidade, vivais no campo, ainda que dito da justiça...
amei este seu texto. E a receita do seu tiramisu...não fossem os filhos serem esquisitos, confesso que o iria experimentar. Assim, só quando eles saírem de casa Quiçá, um dia.
ResponderEliminarMaria, eles comem o que lhes pusermos no prato desde que não lhes digamos o que é... Faça a receita e diga que foi uma amiga do emprego que lha deu. E não lhes diga depois que é macrobiótica ou vegetariana. A minha experiência diz me que eles são reaccionários à mudança e que têm que ser levados com muito jeito! Diga me como correu. Bjs. ptc
Eliminar