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quarta-feira, 8 de abril de 2015

QUINTO IMPÉRIO

NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

Fernando Pessoa
Mensagem,
O ENCOBERTO III

Com a candidatura de Sampaio da Névoa, mais conhecido como da Nóvoa,  cumprir-se-á a profecia pessoana: temos finalmente o homem que surge do nevoeiro para sebastianicamente salvar o País do seu destino.
Com alto grau de probabilidade, o homem não vai sair da nuvem de nevoeiro que, qual algodão doce, o envolve e lhe nubla o pensamento…
E que o algodão, mesmo doce, não engana…

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