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domingo, 1 de outubro de 2023

CAMINHO DE SANTIAGO - DIA 1 (VALENÇA - PORRIÑO)

Comecei este Caminho de Santiago meses antes, quando decidi ir. Como de costume, foi difícil escolher o que levar, o que deixar. Na dúvida, na etapa 0, foi tudo,  na mochila grande e mais coisas ainda numa mala de mão. Na véspera à noite, consultadas as previsões meteorológicas, foi a mochila totalmente esvaziada e depurada, naquilo que a mim me parece mínimo mas para os minimalistas poderia ser reduzido a metade. No dia, a simplificação atingiu um novo patamar quando me dei conta que, com a pressa de sair de casa para não perder o Celta de Vigo, deixara para trás alguns bens que seriam sempre de primeira necessidade. Um supermercado no Caminho resolveu o assunto, regressada a casa, haveria escovas e pastas de dentes em duplicado, pensos para bolhas para os próximos 30 anos e protector solar da criança que continuo a julgar que sou. Também na véspera se deu o reencontro feliz com uma caminhante do ano anterior, muita beca-beca e fixou a conversa em dia, por essa noite, porque, já se sabe, que conversa de mulheres é como as cerejas – entrelaçam-se as palavras umas nas outras e é um nunca acabar de falar.
No Celta, ainda no Porto,  encontramos logo mais uma caminhante, e em Nine os dois mentores do ano passado, um dos quais com a mãe, que haveria de se revelar excelente caminhante e melhor companhia. Metade do grupo reunido, a outra metade aguardava-nos em Valença.
Quase todos, à porta da estação de Valença, discutindo o melhor ângulo enquanto
 o Sr. Paulo, do transporte de malas e fotógrafo improvável, se (im)pacientava.

Aqui todos, com os panos que fazem de Valença famosa junto de nuestros hermanos
 em pano de fundo

Duas horas mais tarde (já pela hora espanhola) iniciamos o percurso e pusemos os pés a Caminho, com direito a uma primeira pausa para os primeiros exercícios.

A ponte é muito mais do que uma passagem para a outra margem, é o beliscão que nos tira do sonho e remete para a realidade, é a consciencialização de que a aventura que abraçáramos dias ou semanas antes estava finalmente a começar.


Pelo caminho, até ao destino (Porriño), vamos encontrando paisagens e marcos já conhecidos.
Chegámos um pouco tarde, como no ano passado havia festa, feira e muita animação. E, no meio dessa animação, encontrámos o mesmíssimo Nuno que havíamos encontrado também no primeiro dia do ano passado, naquele mesmo albergue. Coincidências felizes.












A fotografia do dia, porque reúne todos os 5 elementos - a água, a terra, o metal, o fogo e a madeira.

Sou mais coerente do que pensava, esta fotografia foi tirada no ano passado, no mesmo local e jornada...

Os quilíometros à chegada a Porriño

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