Dia 4
Pontevedra-Caldas de Rey
CAMINANTE NO HAY CAMINO
Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.
Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.
Antonio Machado
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O dia foi cheio, cheio de atrasos, de emoções, de encontros e descobertas.
Dormimos finalmente uma boa noite de sono e a manhã começou em modo relaxado, assim entre prática de Chi Kung, pequeno almoço, arranjo das mochilas e muitos etcs, saímos do albergue às sete e meia quase dez...
Assistimos em Pontevedra a um concerto de gaitas e cruzámo-nos com um grupo enorme da Ericeira e que vinha a caminhar desde o Porto, atletas que faziam etapas de 30 e mais quilómetros por dia, mas registavam três baixas femininas, que seguiam de transporte público, para além de alguns joelhos ligados.
Fomo-nos encontrando ao longo da manhã até eles meterem a rapidíssima em modo turbo e desaparecerem de vez, não sem antes nos terem explicado que a cruz que transportavam se destinava a ser entregue a um grupo de jovens peregrinos que dela se tinham esquecido num café e que as fitas que a enfeitavam (e me recordaram outras fitas, estas de memória, que vi no Japão) eram votos, deles e das famílias.
O percurso era sinuoso e quase sempre se desenrolando sob denso arvoredo cujas copas formam abóbadas góticas gigantes que convidam à serenidade e reflexão.
Mais adiante novo encontro com um caminheiro vindo do Sul, que viajava na companhia de pastéis de nata destinados àqueles com quem porventura viesse a empatizar nesta sua viagem até Santiago.
Empatizámos logo (e voltámos a empatizar, ainda no dia de hoje).
Paramos na Barosa, justamente vaidosa de seu moinho de água e suas cascatas, onde apanhámos umas pingas muito grossas de chuva, que deixaram o ar mais leve e a terra húmida bem cheirosa.
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| Quem é a coxinha, quem é? Pois, a que está pendurada no cajado (improvisado). |
Partimos depois dum exercício de meditação. Faltavam cerca de 40km para o nosso destino final (Santiago), sóquenão, 40km eram pela estrada, pelo caminho são 57... E a chegada a Caldas de Reyes custou-me horrores, já me via sem pé e outras alucinações do género.
Mas chegamos, mesmo com a coxinha (moi) a quebrar o ritmo.
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| Chegada a Caldas |
Instalados num óptimo e recente albergue (apesar de a camarata ser claustrofobicamente parecida com os hotéis cápsula do Japão), aqui a coxinha usou das suas prerrogativas de quase deficiente para usar a casa de banho grande e tomou um maravilhoso duche que acabou em inundação no momento em que o tubo da água se rasgou completamente junto ao chuveiro e entrou em modo bicha de rabiar. Pois, karmaagain. Neste momento, devo ser a less wanted pilgrim nos albergues do caminho...
E a comida? Continua a não prestar para nada, nada de nada. Por isso continuamos a insistir até descobrirmos algo que preste (somos como aqueles casais que só têm filhos rapazes e insistem, insistem até chegar uma menina - mas é só mesmo para conseguirem a menina porque de resto...)
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| Patê de cenoura com nozes - de lamber o pão, o prato e, no fim, os dedos. Comido num xinriguito no percurso |
Pulpito, again, no Muiño.
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| O pão nosso de cada dia |

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