Dia 3
Redondela - Pontevedra
You road I enter upon and look around, I believe you are not all that is here,
I believe that much unseen is also here.
Song to the open road, Walt Whitman
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O dia amanheceu assim. Eu amanheci três horas antes, logo muito mais escura... |
A noite foi de Sanxoan, duas horas e meia de sono mal dormido, entre roncos e roncos, e (maus) cheiros, e barulhos da rua, mas faz parte desta forma de fazer o Caminho (a outra, com a qual sonho enquanto não concilio o sono, é pernoitar nos paradores e afundar-me em lençóis brancos e colchões fofos como nuvens), e acordei com a mesma bolha com que me tinha deitado, entretanto já drenada. Donde se prova que nem sempre dormir sobre os problemas dá bom resultado...
O tempo está perfeito: calor suave, dias secos e ainda longos e luminosos.
Seguimos quase sempre por trilhos alternativos, junto a cursos de água, mas na primeira parte houve subidas e algumas descidas muito acentuadas, tal como ontem aliás, mas as únicas queixas são ao nível dos pés, muito muito doridos e magoados. Tudo o resto está a ser superado.
Paragem em Arcade para descanso, uns poleos e umas belas empanadas galegas. Café é que lo siento pero se ha terminado. A comerciante que há em mim começou logo a fazer contas de cabeça ao incremento na conta de resultados dum pequeno camping gás a bombar cafés em máquinas italianas...
Falei com o casal, exploram o xiringuito de Março a Outubro, vivem daquilo e são felizes com as duas cadelinhas que mais pareciam peluches. Acabamos a desejar-nos mutuamente suerte e felicidades.
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Há outras maneiras de chegar ao destino mas eu quero mesmo é fazer o caminho, assim os pés me ajudem... |
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Mais latada de vinha americana |
Arcade, not on fire, misty.

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O coração deve estar calmo como o lago |
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Pausa. Sem café. Com empanadas galegas. E cães, que cheiravam as empanadas à légua. Interesseiros... |
Seguimos até Pontevedra, os pés aos gritos. O albergue hoje é de luxo, uma box de 6 beliches com casa de banho privativa e banheira de hidromassagem.
Parece perfeito sóquenão. Encurtando a história, os canos não drenaram a água do meu banho, a água inundou a casa de banho, o nosso quarto e o corredor, molhou os fundos das mochilas (atenção ao feng shui, nunca pôr nada no chão excepto aquilo que é feito para lá estar), karma is a bitch...
Pegando numa só expressão que ouvi agora mesmo a uns morcões do nuuoerte, fónix...
Já o jantar foi feito por nós, tivemos um convidado e um senhor alemão ofereceu-nos vinho. Alguém ligou os dados do TM à televisão e pudemos seguir o jogo do FCP com o Leverkusen. Até ver, foi perfeito, até porque o FCP ganhou.
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Nós, ainda amigos, no hard feelings por causa da inundação |
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A salada não será tão estilosa como a de ontem mas não tem ar de leftovers do Hannibal Canibal... |
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