Ana Gomes em todo o esplendor da sua muita ignorância, já a interlocutora, Aline Gallash-Hall de Beuvink, teve uma paciência e educação que eu não teria tido se ouvisse semelhantes dislates, e o moderador poderia ter moderado e moldado a ignorância da Senhora Embaixadora, resta saber se os percebeu como dislates.
O que a Senhora Embaixadora disse acerca da crise de 1383-85 não fica a dever nada às melhores anedotas escritas em exames de História por alunos portugueses ignorantes e do minuto 25:35 ao minuto 26:15 assistimos ao débito de demasiada ignorância em muito pouco tempo.
1. A crise resultou da recusa do povo em aceitar a tomada do trono por um rei de que o Povo não gostava, que era o marido duma infanta castelhana (presumo que se referisse a D. Beatriz, filha de D. Fernando, último rei da Primeira Dinastia, casada com D. João I de Castela, e que, efectivamente de acordo com as leis da sucessão, acederia ao trono de Portugal, nada de muito diferente do que tentaram fazer os nossos D. João II e D. Manuel I); o povo depôs o rei usurpador e elegeu um rei de que gostava o Mestre de Avis - esta parte dos acontecimentos não terá sido bem bem assim, basta ler as Crónicas de Fernão Lopes.
2. O Mestre de Aviz era o D. João das Regras (sem comentários 😂).
3. O Mestre de Aviz era plebeu (lamento Senhora Embaixadora, o Mestre de Aviz era filho de D. Pedro I, bastardo mas nem por isso menos filho dum rei português.
Já no minuto 7:11, a senhora Embaixadora havia dito que os portugueses se pronunciaram acerca do regime republicano quando ratificaram uma constituição republicana feita depois do 25 de Abril, esquecendo que o 5 de Outubro foi um golpe sanguinário de elites, sem adesão popular - já agora, ocorrido em 1910, apenas 66 anos antes da Constituição de 1976 ter sido aprovada na Assembleia Constituinte, sem qualquer ulterior referendo popular, o que serão certamente dois meros detalhes que não incomodam nem tiram o sono da Senhora Embaixadora, nem afectam a sua novilíngua de pau, muito tributária das suas origens revolucionárias, na verdade, a Senhora Embaixadora saiu do MRPP mas o MRPP não abandonou a Senhora Embaixadora.
Por último, mas não menos importante, no linguajar da Senhora Embaixador, Aline Gallash-Hall de Beuvink é a "Professora Aline", e o jornalista é "você". Ora, você, Senhora Embaixadora, é estrebaria.
Nota - o "espanto" é o espanto espanhol, que no dicionário aparece definido como "terror", enquanto espantoso se apresenta como "assustador", ou seja, a ignorância da Senhora Embaixadora é terrível e assustadora.
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