Não resisto a escrever esta história que me contaram (e é verdade).
Há um cão, aliás cadela, que gosta de ser passeada pelo motorista, de carro, claro – senão não havia história. A cadela chama-se Rosa Maria, nome de plebeia em pessoa mas muito chique em cadela. Chique a valer, aliás, dado que passeia de carro, conduzida pelo chauffeur da família, actividade que adora. Não sei é se os passeios, sem actividade, surtem o que se pretende quando se passeiam os animais – como é que faz exercício e liberta calorias e a energia acumulada de viver num apartamento chique no ainda mais chique Chiado? E como sacode o pelo? E que ervas come, para purgar o organismo? E, já que estamos na fase da escatologia, como serão os cocós e os xixis – terá um cesto, como os gatos, e assim Rosa Maria é promovida a cadela bichana, que é o supra-sumo do chique?! Imagino-a de colar de pérolas, estola e pêlo armado em mise, quando não permanentado, docemente perfumada com a mais recente essência, talvez com base de valeriana, erva da preferência felina e sempre acalma os nervos.
Rosa Maria… Será que a dona
leu a novela de Régio, aquela em que a personagem feminina, também ela Rosa
Maria, se conformou a envelhecer dando longos passeios ao Domingo pelas
cercanias de Portalegre?
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