A HISTÓRIA E SUAS REPETIÇÕES, A FARSA E A TRAGÉDIA

 “Perto do czar não havia pessoas inteligentes e enérgicas, apenas toda uma mediocridade ordinária. A anterior história triste da sociedade russa dava os seus frutos. As obsessões de Ivan, o Terrível, o reinado sangrento de Boris e, por fim, as convulsões e o colapso de todas as ligações administrativas deram origem a uma geração miserável, mesquinha, de pessoas estúpidas e limitadas que eram pouco capazes de se porem acima dos interesses quotidianos.” (A mais breve história da Rússia, José Milhazes)

Se se substituirem algumas palavras, as sublinhadas em itálico, dá para tudo, desde a Rússia a Portugal.

 “Perto do Putin não havia pessoas inteligentes e enérgicas, apenas toda uma mediocridade ordinária. A anterior história triste da sociedade russa dava os seus frutos. As obsessões de Lenine, o mandato sangrento de Estaline e, por fim, as convulsões e o colapso da URSS deram origem a uma geração miserável, mesquinha, de pessoas estúpidas e limitadas que eram pouco capazes de se porem acima dos interesses quotidianos.”

 Ou

 “Perto do Costa não havia pessoas inteligentes e enérgicas, apenas toda uma mediocridade ordinária. A anterior história triste da sociedade portuguesa dava os seus frutos. O governo sangrento da Primeira República, as obsessões securitárias e autoritárias de Salazar, e, por fim, as convulsões e o colapso das ligações administrativas provocadas pela corrupção e nomeaçoes de boys deram origem a uma geração miserável, mesquinha, de pessoas estúpidas e limitadas que eram pouco capazes de se porem acima dos interesses quotidianos.”

Ou, mais globalmente:

“Perto dos líderes ocidentais não havia pessoas inteligentes e enérgicas, apenas toda uma mediocridade ordinária. A anterior história triste da ganância dos yuppies e da crise do sub-prime dava os seus frutos. Os choques petrolíferos dos anos 70, a stagflation dos anos 80, e, por fim, as convulsões e o colapso europeu emergente da dependência do gás russo, deram origem a uma geração miserável, mesquinha, de pessoas estúpidas e limitadas que eram pouco capazes de se porem acima dos interesses quotidianos.”

Não aprendemos nada. Lamento, mas cair sempre no mesmo buraco não é CV, é cadastro.