Se no princípio era o verbo, onde fica o sujeito?
Se os
rios correm para o mar onde ficam os meus risos? E os choros, têm lugar? Ou
habitam-me de madrugada, à hora que ninguém vê?
Vem
vida, vamos juntas, a par, não me deixes, não me pregues mais partidas, não
mudes as tuas perguntas porque já esgotei as respostas.
Sim,
eu sei que queria seguir um caminho que nunca ninguém percorrera, calcá-lo e
fazê-lo meu, sob o arco dum céu de veludo e sem outra bagagem que não os meus
demónios.
Olho
agora esse caminho, em que sombras se adensam e um nevoeiro espesso aperta, sem
outra opção que não seja seguir um trilho, expulsar demónios e convocar os
anjos que me deixaram cedo demais.
Vou,
não vou? (É uma afirmação, não uma pergunta). Levo na bagagem as memórias,
os risos, as cores, dos verões e dos serões que passaram, que nada pesam, ao
contrário da certeza deste opressor inverno polar.
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