I won't let the sun go down on me
I won't let the sun go down
Nick Kershaw – 1984
Eu
pensava que o Sol quando nasce é para todos. E que todos podíamos usufruir do
Sol. E que só nos sairia a fava sob a forma de cancro de pele se, em vez de dele
usufruir, dele abusássemos,
Agora
parece que o GG (Governo Geringonça) decidiu taxar o Sol, não só quando nasce
mas também quando se põe. É que consta que vamos pagar mais IMI pelas casas
viradas a Nascente e a Poente. Muito me espanta que não se incremente a taxa
pelo tempo de exposição solar total, com agravamento no Verão, claro está. E
maior agravamento, se usarmos protector 50SFP+++, porque pouparíamos a tinta e
o reboco, assim ficando desobrigados de intervenções a cada oito anos, como
manda o RGEU….
É
que já não basta que tivéssemos pago mais quando comprámos as casas por terem a
melhor orientação, que, em Lisboa, paguemos as taxas das cloacas a preço de
ouro em vez do esterco para que servem, que haja taxas e taxinhas e derramas e todas
as @#}§@# que imaginar se possa.
Muito
portuguesmente, podia ser pior, pois podia (pode sempre).
Citando
o Primeiro-ministro do GG, podíamos ser refugiados sírios no meio do
Mediterrâneo e morremos afogados, caso em que ainda podia ser pior se o barco
atravessasse águas territoriais portuguesas, pois decerto o Primeiro-ministro
do GG e seu Ministro Fantoche das Finanças logo se afadigariam em taxar o toldo
do barco…
Ou
podíamos estar na Venezuela e não ter comida para comprar ou sermos presos sem
culpa formada por delito de opinião. Ou podíamos ser turcos e estar sob Lei
marcial e sermos condenados à morte com base numa lei penal retroactiva.
Ou,
como digo eu, que tenho mau feitio todos os dias e estou fartinha que me limpem
os bolsos de tudo menos o cotão (aliás, se é para limpar o cotão, estão todos convidados para passar pelo meu magnífico T3 com oitenta anos e
100m2, mas virado a Nascente a tardoz e a Poente pela frente, cujo valor deve
ser aumentado pelo facto de a rua ter separador central com árvores, e eu
distribuo pá, esfregona, balde e espanador, e não têm que agradecer, todas as
semanas podem ir lá, sempre ao vosso dispor, atenta e reverenda…) ainda
podem começar a taxar o Luar, com taxas diferenciadas consoante a fase da Lua,
as estações do ano, a brisa fresca da manhã, a Nortada vespertina de Agosto nas
praias ocidentais, a ventania das noites lisboetas, a vista para os planetas,
sobretudo aqueles que só se vêm com os telescópios do Planetário.
Por
mim, pagava uma taxa para subsidiar que Primeiro-ministro, ministros,
presidentes da edilidade e demais membros do bordel que nos governa fossem ter meninos
pela barriga das pernas, tal como Júpiter pariu Baco, pois para bacanal já não
falta nada – nem sequer e sobretudo a falta de vergonha.
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