Páginas

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A NOSSA PRINCESA DIANA

Em 1995, a então Princesa de Gales, Diana Frances de nome próprio, revelou que não se preocupava com títulos, apenas queria ser “Queen of Hearts”, o que, em português maldoso, corresponde à Rainha de Copas
Pouco tempo depois saiu-lhe no baralho um duque manhoso e cenas tristes que tiveram o final infeliz por demais conhecido.
Vinte anos depois, o baralho continua com os 4 naipes, a Inglaterra tem ainda como Chefe de Estado a Rainha Isabel, aquela majestade de quem sempre se disse que, a par dos reis de paus, espadas, ouros e copas, seria eterna.
Diana já cá não está. Carlos e Camila aburguesaram-se, casando com juras de amor e fidelidade eternas, sendo já sexagenários e avós.
Isto tem alguma piada?! Pois claro que não tem!
Alguém imagina hoje o circunspecto Príncipe de Gales a sussurrar lânguida e obscenamente à mulher que queria ser um tampax para poder estar sempre dentro dela?!
O Príncipe William é mais velho do que era Carlos quando se casou com a dita Rainha de Copas, ao tempo apenas Lady Diana, está careca e casou com uma miúda gira do povo que tem uma irmã boa como o milho de dar aos pássaros. Têm dois pequerruchos que, como todos os Windsor em bebés, são lindinhos tipo bebé Nestlé. De resto, mais um casamento burguês, por amor. Bah, daqui não nasce picante. Isto continua sem piada nenhuma…
O Príncipe Harry, esse, era muito mais divertido, teve umas namoradas com ar duvidoso (e, já agora, pouco asseado) e puxava-lhe a braguilha para a herança dos Tios Ted (os Eduardos - VII e VIII), com tanto bacanal e rabos à mostra. Mas alguém anda a tomar conta do moço e ele anda mais cuidadoso, para nosso desespero, pois dali também não tem saído história.
Falta paprika na monarquia inglesa – aliás como nas demais monarquias europeias: as princesas e novas rainhas estão a ficar todas iguais, de tanto corte e costura feito pelo mesmo alto cirurgião; puxam todas para a magreza, algumas quase famélica (Letizia, cariño, o pecado é da carne, não é do osso…), e com tanto casamento burguês por amor com plebeus e plebeias não há divórcios sumarentos e cheios de setas envenenadas dirigidas para e pelos dois lados da equação litigiosa.
O Rei Emérito de Espanha, Juan Carlos I, em vez de dar uns tiros nuns elefantes lá por África, acompanhado duma alemã bem nutrida, almoça com a filha mais velha no dia dos namorados…
Com a filha, senhores, com a filha?!
Bolas, bolas, bolas! Queremos príncipes e princesas, reis e rainhas a sério, cheios de sangue azul, adúlteros, libertinos e promíscuos dos quatro costados!!!
Não falo dos do Mónaco porque – apesar de reunirem todos esses requisitos - aquilo não são príncipes, são mesmo piratas que entretanto inventaram umas fitas e uns galões e fazem de conta que têm sangue azul a correr nas veias.
Em Portugal, não temos monarquia, nem bem nem mal comportada.
Temos uma República e um Presidente.
Entre faraónicas viagens de Estado, 10 de Junhos, remessas de orçamentos para o tribunal Constitucional, a vida presidencial é um tédio – T-É-D-I-O. Não há filhos de presidentes a nascer no palácio desde 1977 – e mesmo aí, a Dra Manuela Eanes, sendo um encanto de senhora, não tinha propriamente glamour nem sex-appeal (das seguintes, então, nem falemos…).
A pimenta dos tempos do filho do Padre João Soares nunca transpirou para a Imprensa e dela não se pode falar.
Dos inquilinos e inquilinas seguintes não rezará nunca a história – só de pensar no par de jarras formado por Sampaio e Maria José ou Cavaco e Maria Cavaco Silva fico logo cheia de sono. Se alguém os imaginar danados para a brincadeira deve ter uma imaginação portentosa…
A nossa esperança, a nossa fé não é o Sporting, não, é sim Marcelo Rebelo de Sousa, eleito, por sufrágio universal directo, como 5.º Presidente da República Portuguesa do pós 25 de Abril.
Marcelo Nuno, de nome próprio, já declarou querer ser o Presidente dos afectos. Fez um discurso onde cabiam todos. Dá beijinhos e bebe bagaço com eleitoras. Sofre de hipocondria como a maioria dos portugueses. Tem um nome com óbvio pedigree, não é filho de Padre, não é nem foi militar, não fala para dentro nem transforma “os” em “es” no fim das palavras, e, pese embora o sotaque lisboeta, não tem tiques de betinho da linha, até porque já não tem idade para beto. Escolhe para assessores quem nele não votou.
Portugal, que se afirma como República e tem horror a ser um regime monárquico, encontrou por fim um Príncipe para o papel de Presidente…
Se vai ser um Príncipe moldado por Diana ou por Maquiavel só o tempo o dirá…
Para já, parece querer ser a nossa Princesa Diana, o nosso rei de Copas. Não creio que precise de Carlos nem de Camila para gerar uns folhetins divertidos e apimentados….
É que as vichyssoises, apesar de frias, hão-de queimar que nem malaguetas…
Mas Pandora, essa senhora seráfica, fria e vingativa, que nunca dorme, espreita e espera. O nosso Príncipe eleito deveria meditar sobre o exemplo de Diana, que depois de abrir a caixa nunca mais conseguiu fechá-la…

Sem comentários:

Enviar um comentário