Em 1995, a então Princesa de Gales, Diana Frances de nome
próprio, revelou que não se preocupava com títulos, apenas queria ser “Queen of
Hearts”, o que, em português maldoso, corresponde à Rainha de Copas …
Pouco tempo depois saiu-lhe no baralho um duque manhoso e cenas tristes que
tiveram o final infeliz por demais conhecido.
Vinte anos depois, o baralho continua com os 4 naipes, a
Inglaterra tem ainda como Chefe de Estado a Rainha Isabel, aquela majestade de
quem sempre se disse que, a par dos reis de paus, espadas, ouros e copas, seria
eterna.
Diana já cá não está. Carlos e Camila aburguesaram-se,
casando com juras de amor e fidelidade eternas, sendo já sexagenários e avós.
Isto tem alguma piada?! Pois claro que não tem!
Alguém imagina hoje o circunspecto Príncipe de Gales a sussurrar
lânguida e obscenamente à mulher que queria ser um tampax para poder estar
sempre dentro dela?!
O Príncipe William é mais velho do que era Carlos quando
se casou com a dita Rainha de Copas, ao tempo apenas Lady Diana, está careca e
casou com uma miúda gira do povo que tem uma irmã boa como o milho de dar aos
pássaros. Têm dois pequerruchos que, como todos os Windsor em bebés, são
lindinhos tipo bebé Nestlé. De resto, mais um casamento burguês, por amor. Bah,
daqui não nasce picante. Isto continua sem piada nenhuma…
O Príncipe Harry, esse, era muito mais divertido,
teve umas namoradas com ar duvidoso (e, já agora, pouco asseado) e puxava-lhe a
braguilha para a herança dos Tios Ted (os Eduardos - VII e VIII), com tanto
bacanal e rabos à mostra. Mas alguém anda a tomar conta do moço e ele anda mais
cuidadoso, para nosso desespero, pois dali também não tem saído história.
Falta paprika na monarquia inglesa – aliás como nas
demais monarquias europeias: as princesas e novas rainhas estão a ficar todas
iguais, de tanto corte e costura feito pelo mesmo alto cirurgião; puxam todas
para a magreza, algumas quase famélica (Letizia,
cariño, o pecado é da carne, não é do osso…), e com tanto casamento burguês
por amor com plebeus e plebeias não há divórcios sumarentos e cheios de setas
envenenadas dirigidas para e pelos dois lados da equação litigiosa.
O Rei Emérito de Espanha, Juan Carlos I, em vez de dar
uns tiros nuns elefantes lá por África, acompanhado duma alemã bem nutrida,
almoça com a filha mais velha no dia dos namorados…
Com a filha, senhores, com a filha?!
Bolas, bolas, bolas! Queremos príncipes e princesas, reis
e rainhas a sério, cheios de sangue azul, adúlteros, libertinos e promíscuos
dos quatro costados!!!
Não falo dos do Mónaco porque – apesar de reunirem todos
esses requisitos - aquilo não são príncipes, são mesmo piratas que entretanto
inventaram umas fitas e uns galões e fazem de conta que têm sangue azul a
correr nas veias.
Em Portugal, não temos monarquia, nem bem nem mal
comportada.
Temos uma República e um Presidente.
Entre faraónicas viagens de Estado, 10 de Junhos,
remessas de orçamentos para o tribunal Constitucional, a vida presidencial é um
tédio – T-É-D-I-O. Não há filhos de presidentes a nascer no palácio desde 1977
– e mesmo aí, a Dra Manuela Eanes, sendo um encanto de senhora, não tinha
propriamente glamour nem sex-appeal (das seguintes, então, nem falemos…).
A pimenta dos tempos do filho do Padre João Soares nunca
transpirou para a Imprensa e dela não se pode falar.
Dos inquilinos e inquilinas seguintes não rezará nunca a
história – só de pensar no par de jarras formado por Sampaio e Maria José ou
Cavaco e Maria Cavaco Silva fico logo cheia de sono. Se alguém os imaginar
danados para a brincadeira deve ter uma imaginação portentosa…
A nossa esperança, a nossa fé não é o Sporting, não, é
sim Marcelo Rebelo de Sousa, eleito, por sufrágio universal directo, como 5.º
Presidente da República Portuguesa do pós 25 de Abril.
Marcelo Nuno, de nome próprio, já declarou querer ser o
Presidente dos afectos. Fez um discurso onde cabiam todos. Dá beijinhos e bebe
bagaço com eleitoras. Sofre de hipocondria como a maioria dos portugueses. Tem
um nome com óbvio pedigree, não é filho de Padre, não é nem foi militar, não
fala para dentro nem transforma “os” em “es” no fim das palavras, e, pese
embora o sotaque lisboeta, não tem tiques de betinho da linha, até porque já
não tem idade para beto. Escolhe para assessores quem nele não votou.
Portugal, que se afirma como República e tem horror a ser
um regime monárquico, encontrou por fim um Príncipe para o papel de Presidente…
Se vai ser um Príncipe moldado por Diana ou por Maquiavel
só o tempo o dirá…
Para já, parece querer ser a nossa Princesa Diana, o
nosso rei de Copas. Não creio que precise de Carlos nem de Camila para gerar
uns folhetins divertidos e apimentados….
É que as vichyssoises, apesar de frias, hão-de queimar
que nem malaguetas…
Mas Pandora, essa senhora seráfica, fria e vingativa, que
nunca dorme, espreita e espera. O nosso Príncipe eleito deveria meditar sobre o
exemplo de Diana, que depois de abrir a caixa nunca mais conseguiu fechá-la…
Sem comentários:
Enviar um comentário