Informa-nos a CP “que, devido à onda de calor prevista para os próximos dias, as condições de conforto a bordo de alguns comboios, poderão não ser as mais adequadas, em especial nas horas com temperaturas mais elevadas.” E, no mesmo passo, recomenda-nos “que, sempre que possível, realize as suas viagens ao início da manhã ou ao final do dia”, acrescentando que “Se já for portador de bilhete para os serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional e pretender alterar a sua viagem, poderá efetuar o reembolso, no valor total do bilhete adquirido.”
A Presidente
Executiva da TAP admite que o serviço não vai melhorar nas próximas semanas, e
noticia-se que o caos no aeroporto de Lisboa vai durar todo o Verão.
A
inefável Dra Graça Freitas, concede-nos esta pérola de sabedoria, digna de
avozinha do Capuchinho Vermelho (é ver o destino que esta teve…) «A pior
coisa que nos pode acontecer é adoecer em Agosto.», no que foi logo secundada
pelo não menos inefável Presidente da República, que desafia “cada português
[a fazer] o esforço para não estar doente este Verão”.
Pois...
Parece que os portugueses andam de comboio, por pura diversão, ir ao Rock In Rio, ao NOS Alive, ao Primavera Sound, e outras animações do género, e não, por exemplo, para trabalhar todos os dias, isto quando têm a bênção de ter uma linha de comboio para o efeito, mesmo sem comodidade alguma, como aqueles comboios sem ar condicionado nem wc.
Parece
que os aeroportos não servem para receber viajantes, turistas, que gastam dinheiro,
pagam a taxa turística, e contribuem para a retoma da economia.
E, por
fim, parece que os portugueses adoecem a gosto, para encher hospitais e
atafulhar urgências fechadas, talvez porque, parafraseando Quim Barreiros, o
melhor dia para adoecer é o 31 de Julho …
Ou
seja, e em conclusão, Portugal é “o melhor país do mundo”, descontados, claro,
os portugueses, uns chatos que adoecem, vajam de avião e, pelos vistos,
utilizam comboios, já para não falar nas portuguesas que se deixam engravidar,
levam a gravidez até ao fim e ainda têm o descaramento de, chegada a hora,
parir e dar à luz.
Bom
bom, bom a valer, era as nossas auto-proclamadas “elites”, esses peralvilhos que nem o Dâmaso Salcedo, andarem a passear pelo “melhor país do mundo” nos seus (aliás, nossos...) carros
topo de gama, com ar condicionado e a 200km/hora (como aquele da triste
memória), a ver o bom povo a vergar a mola nos campos, a mondar a terra e
colher as couves que há-de comer à mesa, sempre não se ganha nem diabetes nem
doenças de coração, com sorte até se morre cedo pela deficiente nutrição, assim
se resolvendo o problema da sustentabilidade da Segurança Social.
O filme “pobretes e alegretes” estreou no Estado dito Novo. Parece que, 48 anos depois, continua em cartaz, agora em versão remasterizada.
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