Vivemos há demasiado tempo num pântano (mesmo antes de o Eng.º Guterres ter
oficializado a expressão, quando na madrugada de 17 de Dezembro de 2001
apresentou ao País a sua demissão de Primeiro Ministro e de líder do PS),
de águas sulfurosas, de consensos mal cheirosos e, sobretudo, de falta de coragem
para tomar as decisões que fazem falta para podermos seguir em frente –
decisões que punam incumpridores e relapsos, que acabem com promiscuidades e
compadrios, assim promovendo a iniciativa, a meritocracia e a vontade de ser
melhor e seguir em frente.
São catorze anos de confisco fiscal para pagar desvarios
despesistas de políticos ensandecidos e, sabemo-lo desde a noite de 21 de Novembro
de 2014, com muitas agendas próprias (paletes
de filofaxes, como diria o Herman nos
seus bons tempos de humorista…) que incluem a passagem dos nossos dinheiros
para o seu pecúlio pessoal.
Quatro anos (2011 a 2015) de sacrifícios para pagar a
factura dos loucos que desgovernaram a coisa pública em proveito da sua
governança.
Quatro anos de muitas medidas erradas e de poucas medidas
que atacassem o problema no seu âmago, mas que apesar de tudo nos tiraram do
charco em que estávamos em Abril de 2011 em que, nunca é demais frisar, já só
havia dinheiro para pagar salários e pensões desse mesmo mês.
Quatro anos em que os que eram pobres e os que eram ricos
ficaram rigorosamente na mesma (e não, eu não quero ricos a empobrecerem, quero
é que a sociedade permita o normal funcionamento dos
elevadores sociais para que os pobres saiam da pobreza e os remediados fiquem
melhor e haja cada vez mais pessoas com condições de criar mais riqueza) mas quatro anos em que os rendimentos da classe média baixaram ou por via dos cortes salariais da função pública ou por via do brutal aumento de impostos da função privada, já para não falar da supressão de rendimentos provenientes das falências e encerramentos de empresas.
Quatro anos de tudo isso e a PàF ganha as eleições – não
pelo mérito próprio mas por demérito de um líder do PS que toda a gente havia
endeusado e levado em andor qual Nossa Senhora – pese embora o conhecido
ateísmo da criatura.
E, durante o mês que se seguiu ao descalabro eleitoral de
4 de Outubro, assistimos não à chegada de charters
de marcianos mas a uma tragédia
digna da melhor tradição do pathos
grego, e mais do que o ménage a trois
da frente de esquerda, estou a pensar no ex-primeiro-ministro culpado da
terceira bancarrota nacional em 34 anos, arguido por crimes vários (e que mesmo que deles venha a ser ilibado
nunca deixará de ser politica e moralmente culpado perante os eleitores e
contribuintes que depauperou), mentiroso compulsivo – tão mentiroso que
escreveu uma tese (diz-se que nem isso…) que mandou editar em milhares de
exemplares que se apressou a mandar comprar para simular tops de vendas, com
provas dadas nas áreas da psicopatia e da sociopatia, que se permite fazer
conferências de imprensa sobre liberdade e cidadania, coisas de que apenas deve
conhecer o nome e que aliás nunca o preocuparam – antes pelo contrário –
enquanto PM.
Temos depois a “Nossa Senhora”, o endeusado antigo número
2. desse PM, relativamente ao qual se cumpre
o provérbio de que quem sai aos seus não degenera (no caso vertente, prospera
na degenerescência…) e que, acredito firmemente, terá como agenda escondida
interferir na máquina da justiça para ilibar o outro.
Temos o PS a afiar os dentes aos tachos dos
boys&girls e as esquerdas caviar e estalinista a resfolgarem ante a
hipótese de poderem cavalgar a máquina do Estado para assim boicotarem qualquer
governo presente e futuro, à semelhança do que já acontece no Ministério da
Educação.
E temos um povo manso e de brandos costumes que assiste a
esta procissão laica que já saiu do adro há muito e que nos conduzirá ao
precipício de mais uma bancarrota, a mais limitação de liberdades individuais,
a mais pobreza e tristeza, qual Venezuela bolivariana de que PS e demais compagnons de route da Frente de Esquerda
se fazem arautos…
Fique a Frente de Esquerda a chafurdar na bosta em que o
pântano se transformou que eu, farta de pântanos e de bostas, vou procurar um
sítio onde possa viver decentemente e sem o sobressalto de temer sempre o que o
dia de amanhã me possa trazer e, sobretudo, tirar.
Sendo sabido que os países decentes para viver têm normalmente
climas extremos, bosta por bosta, prefiro um clima de bosta a uma bosta de clima
político…
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