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terça-feira, 10 de novembro de 2015

A BOSTA

Vivemos há demasiado tempo num pântano (mesmo antes de o Eng.º Guterres ter oficializado a expressão, quando na madrugada de 17 de Dezembro de 2001 apresentou ao País a sua demissão de Primeiro Ministro e de líder do PS), de águas sulfurosas, de consensos mal cheirosos e, sobretudo, de falta de coragem para tomar as decisões que fazem falta para podermos seguir em frente – decisões que punam incumpridores e relapsos, que acabem com promiscuidades e compadrios, assim promovendo a iniciativa, a meritocracia e a vontade de ser melhor e seguir em frente.
São catorze anos de confisco fiscal para pagar desvarios despesistas de políticos ensandecidos e, sabemo-lo desde a noite de  21 de Novembro de 2014, com muitas agendas próprias (paletes de filofaxes, como diria o Herman nos seus bons tempos de humorista…) que incluem a passagem dos nossos dinheiros para o seu pecúlio pessoal.
Quatro anos (2011 a 2015) de sacrifícios para pagar a factura dos loucos que desgovernaram a coisa pública em proveito da sua governança.
Quatro anos de muitas medidas erradas e de poucas medidas que atacassem o problema no seu âmago, mas que apesar de tudo nos tiraram do charco em que estávamos em Abril de 2011 em que, nunca é demais frisar, já só havia dinheiro para pagar salários e pensões desse mesmo mês.
Quatro anos em que os que eram pobres e os que eram ricos ficaram rigorosamente na mesma (e não, eu não quero ricos a empobrecerem, quero é que a sociedade permita o normal funcionamento dos elevadores sociais para que os pobres saiam da pobreza e os remediados fiquem melhor e haja cada vez mais pessoas com condições de criar mais riqueza) mas quatro anos em que os rendimentos da classe média baixaram ou por via dos cortes salariais da função pública ou por via do brutal aumento de impostos da função privada, já para não falar da supressão de rendimentos provenientes das falências e encerramentos de empresas.
Quatro anos de tudo isso e a PàF ganha as eleições – não pelo mérito próprio mas por demérito de um líder do PS que toda a gente havia endeusado e levado em andor qual Nossa Senhora – pese embora o conhecido ateísmo da criatura.
E, durante o mês que se seguiu ao descalabro eleitoral de 4 de Outubro, assistimos não à chegada de charters de marcianos mas a uma tragédia digna da melhor tradição do pathos grego, e mais do que o ménage a trois da frente de esquerda, estou a pensar no ex-primeiro-ministro culpado da terceira bancarrota nacional em 34 anos, arguido por crimes vários (e que mesmo que deles venha a ser ilibado nunca deixará de ser politica e moralmente culpado perante os eleitores e contribuintes que depauperou), mentiroso compulsivo – tão mentiroso que escreveu uma tese (diz-se que nem isso…) que mandou editar em milhares de exemplares que se apressou a mandar comprar para simular tops de vendas, com provas dadas nas áreas da psicopatia e da sociopatia, que se permite fazer conferências de imprensa sobre liberdade e cidadania, coisas de que apenas deve conhecer o nome e que aliás nunca o preocuparam – antes pelo contrário – enquanto PM.
Temos depois a “Nossa Senhora”, o endeusado antigo número 2. desse PM,  relativamente ao qual se cumpre o provérbio de que quem sai aos seus não degenera (no caso vertente, prospera na degenerescência…) e que, acredito firmemente, terá como agenda escondida interferir na máquina da justiça para ilibar o outro.
Temos o PS a afiar os dentes aos tachos dos boys&girls e as esquerdas caviar e estalinista a resfolgarem ante a hipótese de poderem cavalgar a máquina do Estado para assim boicotarem qualquer governo presente e futuro, à semelhança do que já acontece no Ministério da Educação.
E temos um povo manso e de brandos costumes que assiste a esta procissão laica que já saiu do adro há muito e que nos conduzirá ao precipício de mais uma bancarrota, a mais limitação de liberdades individuais, a mais pobreza e tristeza, qual Venezuela bolivariana de que PS e demais compagnons de route da Frente de Esquerda se fazem arautos…
Fique a Frente de Esquerda a chafurdar na bosta em que o pântano se transformou que eu, farta de pântanos e de bostas, vou procurar um sítio onde possa viver decentemente e sem o sobressalto de temer sempre o que o dia de amanhã me possa trazer e, sobretudo, tirar.

Sendo sabido que os países decentes para viver têm normalmente climas extremos, bosta por bosta, prefiro um clima de bosta a uma bosta de clima político…

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